segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A. Siza

No sábado à noite eu repeti pela milésima vez uma frase que já começa a parecer mais com uma perseguição e não uma convicção - como se a repetisse vezes sem conta com intenção de interiorizar um certo valor, por mera insistência em ser diferente "dos restos". 

Tudo começou há cerca de 6 anos, quando entrei para a Faculdade de Arquitectura, na Universidade Lusíada de Lisboa, logo na minha primeira aula de Arquitectura, quando pela primeira vez - pelo menos duma forma académica - ouvi falar "num tal" Alváro Siza Vieira. E era-nos dito vezes sem conta, era-nos enviados email's com textos sobre o arquitecto, recomendados livros e mais livros, e havia ali qualquer coisa que a mim "soava" como: "vocês têm de seguir estes passos", "este homem é um génio", "isso é um arquitecto", "tenham atenção como ele rasga os vãos", "olhem esta janela", "vejam bem como este pátio"... 

O que em mim cultivou uma espécie de ódio - depois de sábado passei a dar outro nome ao meu sentimento em relação ao Siza: agora penso ser inveja - e ao menos tempo a negação duma certa paixão pela poética implícita em sua obra. 
Depois de muito pensar,  sei exactamente - e por enquanto - a minha opinião sobre o Mestre: Afinal a sua obra é fantástica, e tem um je ne sais pas irresitivel e apaixonante. Para mim o que me falta "ver" na obra do Siza talvez seja a poesia na retórica. O seu discurso não coaduna com o o seu traço... Não percebo! E se o Siza resolvesse falar assim como desenha? (...)
E talvez a prova disso  esteja comigo  6 anos, quando vi pela primeira uns apartamentos em Berlim - bonjour tristesse - é das suas obras a que eu, sem duvidas mais gosto. 
Definitivamente em suas obras, para mim, faltam palavras. Mas como eu não sou ninguém, as suas obras não são para mim, e o Siza é o Siza, a minha opinião não interessa para nada. 



*é verdade, pela primeira vez dedico um post à um arquitecto, e estranhamente este não é o meu arquitecto de eleição

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